LOGANIACEAE

Strychnos jacarepiensis E.A.Manoel & E.F.Guim.

CR

EOO:

0,00 Km2

AOO:

4,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

A espécie é endêmica do Brasil, ocorrendo exclusivamente no estado do Rio de Janeiro (BFG, 2015); seus registros indicam ocorrência restrita a pequena faixa da restinga de Jacarepiá, localizada no município de Saquarema (C. Farney 3759) (Manoel e Guimarães, 2011).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2017
Avaliador: Luiz Santos Filho
Revisor: Tainan Messina
Critério: B2ab(ii,iii)
Categoria: CR
Justificativa:

Caracterizada como subarbusto ou arbusto terrícola, a espécie tem distribuição restrita a uma pequena faixa de floresta de Restinga seca situada na Reserva Ecológica Estadual de Jacarepiá, município de Saquarema, sendo conhecida por escassos registros de coleta realizados em área relativamente bem amostrada por pesquisadores. Está sujeita a uma situação de ameaça e apresenta AOO=4 km². A histórica e atual ocupação humana e consequente supressão da vegetação nativa para dar lugar a conglomerados urbanos são as ameaças incidentes na área de distribuição da espécie. Manoel e Guimarães (2011) reportam que já em 1986 grande parte da reserva onde a população ocorre estava seriamente ameaçada pela retirada da cobertura vegetal original. Devido às ameaças incidentes estima-se um declínio contínuo da AOO e qualidade do hábitat da espécie.

Último avistamento: 2007
Quantidade de locations: 1
Possivelmente extinta? Não

Perfil da espécie:

Obra princeps:

A espécie foi descrita na obra Kew Bull. 66(2): 295 (-298; figs. 1-2). 2011. O epíteto refere-se a localidade onde o material-tipo foi coletado, a Restinga de Jacarepiá, Saquarema, RJ. S. jacarepiensis assemelha-se muito as congêneres S. gardneri e S. brasiliensis, ambas ocorrendo no Sudeste do Brasil; diferencia-se de S. gardneri pela inflorescência terminal e pelo tubo da corola mais curto, e de S. brasiliensis pela estípula interpeciolar conada, lobos dos cálices velutinos, filamentos vilosos e sementes discóides (Manoel e Guimarães, 2011).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Apesar de não existir nenhuma prospecção específica de potencial valor econômico para S. jacarepiensis, outras Strychnos possuem amplo uso na medicina popular de povos ameríndios, o que levou a industria farmaceutica a demonstrar interesse neste grupo de plantas (Krukoff and Monachino 1942; Manoel et al., 2012).

População:

Flutuação extrema: Desconhecido
Número de subpopulações: circa • 1
Número de indivíduos na maior subpopulação: circa • 200
Detalhes: Com base nos registros de coleta disponíveis para a espécie, estima-se que apenas uma subpopulação seja conhecida, localizada na restinga de Jacarepiá, Saquarema; apenas 5 registros de coleta são atribuidos a S. jacarepiensis, em área relativamente bem amostrada por pesquisadores, o que permite suspeitar-se que a espécie possua menos de 200 indivíduos maduros em sua população global.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: bush, subshrub
Fenologia: deciduifolia
Longevidade: unkown
Luminosidade: heliophytic
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Restinga
Fitofisionomia: Vegetação de Restinga
Habitats: 1.5 Subtropical/Tropical Dry Forest
Clone: unkown
Rebrotar: unkown
Detalhes: Arbusto terrícola, endêmico do estado do Rio de Janeiro (BFG, 2015), restrito ao município de Saquarema, na Reserva Ecológica Estadual de Jacarepiá (C. farney 3759).
Referências:
  1. BFG (The Brazil Flora Group), 2015. Growing knowledge: an overview of Seed Plant diversity in Brazil. Rodriguésia 66(4):1085–1113. doi: 10.1590/2175-7860201566411

Reprodução:

Detalhes: A espécie foi registrada com flores entre os meses de dezembro e janeiro, além de ter sido considerada uma espécie zoocórica em relação a sua sindrome de disperção (Manoel e Guimarães, 2011; Silva, 2014).
Fenologia: flowering (Dec~Jan)
Dispersor: Silva (2014) classificou a sindrome de disperção de S. jacarepiensis como zoocórica, sem especificar o vetor.
Síndrome de dispersão: zoochory
Estratégia: unknown
Sistema: unkown
Referências:
  1. Silva, R.F.M. 2014. Regeneração natural em Floresta Seca de Restinga. Dissertação de Mestrado. Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro / Escola Nacional de Botânica Tropical.
  2. Manoel, E.A., Guimarães, E.F. 2011. Strychnos jacarepiensis, a new species of Loganiaceae from Brazil. Kew Bulletin 66: 295-298.

Ameaças (1):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1.1 Housing & urban areas habitat,occurrence past,present local high
Manoel e Guimarães (2011) reportam que em 1986 grande parte da reserva onde a população da planta se encontra estava seriamente ameaçada pela retirada impiedosa da cobertura vegetal original. A ocupáção desordenada no entorno da Restinga de Ipitangas, localizada próxima a lagoa de Jacarepiá e situada no município de Saquarema representa uma ameaça as espécies (Filho et al., 2010).
Referências:
  1. Manoel, E.A., Guimarães, E.F. 2011. Strychnos jacarepiensis, a new species of Loganiaceae from Brazil. Kew Bulletin 66: 295-298.
  2. Filho, E.T.D.C., Bravo, E.J.C.., Tinoco, T. 2010. Florística preliminar e bioinvasão na Restinga da Praia de Itauna devido a ocupação desordenada, Saquarema, RJ., in: 13o Simpósio de Biologia Marinha. Santos, SP, p. 4.

Ações de conservação (1):

Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie foi registrada dentro dos limites do Parque Estadual da Costa do Sol, no núcleo Massambaba da referida unidade de conservação (Silva, 2014), também conhecida como Reserva Ecológica Estadual de Jacarepiá (Manoel e Guimarães, 2011).
Referências:
  1. Silva, R.F.M. 2014. Regeneração natural em Floresta Seca de Restinga. Dissertação de Mestrado. Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro / Escola Nacional de Botânica Tropical.
  2. Manoel, E.A., Guimarães, E.F. 2011. Strychnos jacarepiensis, a new species of Loganiaceae from Brazil. Kew Bulletin 66: 295-298.

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
3. Medicine - human and veterinary natural stalk
não possui nenhum uso descrito até o momento. Entretanto, congêneres sulamericanas são amplamente utilizadas por povos ameríndios, que utilizam extratos feitos com a casca destas plantas (curare) (Krukoff e Monachio, 1942; Manoel et al., 2012).
Referências:
  1. Krukoff, B. A., J. Monachino. 1942. The American species of Strychnos. Brittonia 4: 248–322.
  2. Manoel, E.A., Carrijo, T.T., Guimarães, E.F. 2012. A new species of Strychnos sect. longiflorae (Loganiaceae). Systematic Botany, 37(1):254-257.